quinta-feira, 30 de abril de 2009

FALTAR UM DIA…

Na semana, cansaço certo no dia antes, fartei-me de laborar para ter tudo em condições, espero aproveitar este fim-de-semana para dar o belíssimo e desejado passeio mensal, supostamente estará sol para me alegrar o espírito, embora ele esteja mais ou menos em alta, ah, ah, ah, ah.
Vai me fazer muito bem estes dias de repouso, pois ando muito stressado com isto tudo que está a acontecer em meu redor.
Preciso descobrir uma forma de me isolar deste ambiente, para isso vou até lá baixo (sul) passear estes dias, isto se nada ou ninguém me interromper os meus projectos.
O jantar foi fora, por esse motivo não há receita, pois não sei a receita daquele molho que o peixe levou, estava bom.
Mas o café foi no sofá.

BRANCO e VERMELHO
A dor, forte e imprevista,
Ferindo-me, imprevista,
De branca e de imprevista
Foi um deslumbramento,
Que me endoidou a vista,
Fez-me perder a vista,
Fez-me fugir a vista,
Num doce esvaimento.
Como um deserto imenso,
Branco deserto imenso,
Resplandecente e imenso,
Fez-se em redor de mim.

Todo o meu ser, suspenso,
Não sinto já, não penso,
Pairo na luz, suspenso...
Que delícia sem fim!
Na inundação da luz
Banhando os céus a flux,
No êxtase da luz,
Vejo passar, desfila
(Seus pobres corpos nus
Que a distancia reduz,
Amesquinha e reduz
No fundo da pupila)
Na areia imensa e plana
Ao longe a caravana
Sem fim, a caravana
Na linha do horizonte
Da enorme dor humana,
Da insigne dor humana...
A inútil dor humana!
Marcha, curvada a fronte.
Até o chão, curvados,
Exaustos e curvados,
Vão um a um, curvados,
Escravos condenados,
No poente recortados,
Em negro recortados,
Magros, mesquinhos, vis.
A cada golpe tremem
Os que de medo tremem,
E as pálpebras me tremem
Quando o açoite vibra.
Estala! e apenas gemem,
Palidamente gemem,

A cada golpe gemem,
Que os desequilibra.
Sob o açoite caem,
A cada golpe caem,
Erguem-se logo. Caem,
Soergue-os o terror...
Até que enfim desmaiem,
Por uma vez desmaiem!
Ei-los que enfim se esvaem,
Vencida, enfim, a dor...
E ali fiquem serenos,
De costas e serenos.
Beije-os a luz, serenos,
Nas amplas frontes calmas.
Ó céus claros e amenos,
Doces jardins amenos,
Onde se sofre menos,
Onde dormem as almas!
A dor, deserto imenso,
Branco deserto imenso,
Resplandecente e imenso,
Foi um deslumbramento.
Todo o meu ser suspenso,
Não sinto já, não penso,
Pairo na luz, suspenso
Num doce esvaimento.
Ó morte, vem depressa,
Acorda, vem depressa,
Acode-me depressa,
Vem-me enxugar o suor,
Que o estertor começa.
É cumprir a promessa.
Já o sonho começa...
Tudo vermelho em flor...
Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'
Que estes maravilhosos dias sejam muito revigorantes em termos fisicos e mentais, obrigando o cansaço a ser eliminado. Fiquem bem, são os meus votos.

2 comentários:

Val disse...

Boa noite Luis,aproveite bem seu final de semana.Temos que fazer somente aquilo que nos faz bem, que nos dá prazer, que nos enche o coração com uma vontade louca de viver intensamente, aquilo que nos dá vontade de continuar sempre em frente, curtindo cada segundo de nossa vida.
Beijos com carinho

Pelos caminhos da vida. disse...

Espero que vc aproveite o máximo esse fim de semana,e depois nos conta como foi tudo ok?

Um gde abraço amigo.

Tem selinho la pra vc.

beijooo.