terça-feira, 10 de março de 2009

ESTOU CANSADO…

Depois de um dia que correu profissionalmente bem e resto também acabou bem, só o silêncio relaxante.
Mas estive muito tempo hoje á frente não deste mas de outro monitor e doem-me os olhos e a cabeça, por esse motivo nem vou fazer jantar, mas sim mandar vir da pizzaria.
Mas vou deixar algo para lerem.
AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS
I
Tempos atrás, só alienação
A norma culta privilegiada
A única língua para ser falada
Sob o império de uma educação
Que só pregava a discriminação
E o preconceito com o diferente
Agindo assim de forma inconsciente
Fazendo o aluno ter dificuldade
De ver na língua sua utilidade
Por ter um ensino tão deficiente...
II
Todos seguiam um português padrão
Não se falava nas variedades
Era o ensino das dificuldades
Da prepotência na educação.
O professor não tinha uma visão
Entre o escrever e falar diferente
E o aprendiz também inconsciente
Não percebia que o que estava errado
Era o “falar” poder ser ensinado
De uma forma tão incoerente
III
E com um padrão, de fato, dominante
Não se explorava os recursos da fala
Não tinha aulas para demonstrá-la
Quem se atrevia era ignorante
Só uma forma era predominante
O português não era aprimorado
O dialecto, desvalorizado
Só progredia quem seguisse normas
Ou não buscasse, na língua, outras formas...
O conteúdo era manipulado
IV
Depois, bem tarde, foram desvendando
Um novo ensino, uma nova linguagem
O que, bem antes, era posto à margem
A nova escola foi valorizando
Muitos linguistas foram revelando
Um português bastante interessante
Onde o falar, de forma impressionante
É variado pra comunicar
E diferente no seu expressar
Numa mudança de forma constante
V
Só é de fato um bom professor
Quem vê linguagem como inovação
Pois a linguística é comprovação
De uma ciência que forma doutor
Pra superar na língua os dissabor
De um ensino só tradicional
Que na escola já fez tanto mal
Por fabricar aluno alienado
Que discrimina, que só pensa “errado”
Sobre a grandeza da expressão verbal
VI
Infelizmente vemos resistência
Pra se mudar um ensino ultrapassado
A quem conceba um saber acabado
Sem aceitar mudanças na ciência
Ignorante não sente a urgência
De pesquisar com curiosidade
Pra ver na fala a diversidade
Toda a riqueza da língua materna
As diferenças que ninguém governa
Pra se ensinar com mais capacidade
VII
Quem é de fato bom pesquisador
Não vê a língua de modo uniforme
Pois a gramática no seu canto dorme
Mas a linguagem segue sem rigor
De mil maneiras no seu esplendor
Na expressão normal do ser humano
Pra desfazer um preconceito insano
Arraigado pela incompetência
De quem não vê avanços na ciência
Sem causar “erro” ou sem causar dano
VIII
E na corrente das variedades
O preconceito fica estagnado
Todo perdido num livro fechado
Enquanto a língua com facilidade
Segue o percurso com mil novidades
Palavras novas de fácil expressão
Sem seguir normas, sem proibição
Pra enriquecer nosso vocabulário
E fazer parte de um dicionário
Que está aberto pra transformação
IX
Eu digo “oxente”, eu digo “eu pelejo”,
Digo “arra gota” quando “aperreada”,
Falo “mangar” sem me importar com nada
Ser entendida é todo o meu desejo!
Sem desprezar meu jeito sertanejo
Vejo outras formas para me expressar,
Só não me venham tentar complicar
Periodizando um português padrão
Que não tolera a variação,
A forma simples pra comunicar.
X
E um novo enfoque vemos claramente
Outras maneiras pra se educar
Milhões de modos para se falar
Conhecimento pra se ter em mente
Pra repassar de forma coerente
Sem preconceito ou discriminação
Mostrando a língua da compreensão
Valorizando nossas diferenças
Nossas culturas e distintas crenças
Para crescermos com a educação.
(Autora: Cármen Beatriz Passos)
Bem fico por aqui e para ai espero que fiquem bem e felizes.

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