NÃO VOU FALAR MAIS EM…

Gripe. Já chega, já estou cansado, irei fazer um esforço redobrado para manter os olhos abertos e concentrar-me nos trabalhos que posso fazer aqui nesta prisão forçada, se a médica diz para não apanhar Sol, não apanharei, para não me esforçar, já não consigo manter isso, pois existem muitas coisas em jogo e que eu não posso abdicar de executar, alem disso o esforço é mais mental, essa parte de mim está a precisar de exercício se não o tédio mantêm-se a consumir as poucas energias que sobram, poucas porque não tenho feito uma alimentação consistente, perdi o apetite, assim fazendo algo, poderá ser que este rapaz ganhe algum apetite para comer.
Felizmente tenho uma encantadora e sensível pessoa que me tem acarinhado, dando-me constantemente atenção e paz, com belas e encorajadoras palavras, que pelo seu conteúdo me tem animado muito, isto cinco a seis vezes por dia, sempre foi uma excelente pessoa, desde que a conheço.
A vida prega-me muitas partidas, mas eu vou sempre gostar dela, independentemente dos percalços que são e sempre característicos dela.
E eu comecei por dizer que não falava de maleitas, mudando de assunto.
Já que consegui executar algum trabalho, mas a maioria requer a minha presença em apuramento de dados, assim tem de ficar para mais tarde, em casos urgentes são reencaminhados para outra pessoa.
Com hora do jantar a chegar, chega também o grave problema, o que comer, depois de reflectir durante algum tempo tomei a decisão de encomendar uma pizza, algo que nem foi tão má ideia, pois estava comestível em relação á temperatura, pois dos temperos eu já tinha saboreado outras idênticas.
Tempo para mais um saboroso café.

O Amor

O amor, quando se revela,

Não se sabe revelar.

Sabe bem olhar p'ra ela,

Mas não lhe sabe falar.

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Quem quer dizer o que sente

Não sabe o que há de dizer.

Fala: parece que mente

Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,

Se pudesse ouvir o olhar,

E se um olhar lhe bastasse

Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;

Quem quer dizer quanto sente

Fica sem alma nem fala,

Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe

O que não lhe ouso contar,

Já não terei que falar-lhe

Porque lhe estou a falar..
(Autor: Fernando Pessoa)

Pois é mais um dia de descanso forçado:
Que os dias sejam para vocês alegres e cheios de vivacidade.